ERA UMA VEZ...
Um guri nascido em um bairro distante do centro da capital gaúcha. Um guri muito criativo, que adorava desenhar, brincar de “escritório” com teclados imaginários e assistir Castelo Rá-Tim-Bum à tarde, depois do almoço…
Brincar com as mãos sempre foi seu melhor passatempo. Esse guri foi crescendo e aprendeu que, para sobreviver, precisaria criar o próprio destino. Sua criatividade sempre foi marcante e intensa — transbordava! — mas ele se sentia preso naquilo que fazia.
Sua habilidade manual foi tomando cada vez mais “forma” em sua cabeça. A inquietude o fez buscar tudo o que podia, tudo o que estava ao seu alcance. A determinação sempre caminhou ao lado da criatividade.
Ele sempre soube que nada do que queria seria fácil. Havia muitas barreiras — MUITAS! Família, origem, condições, sexualidade, finanças… Mas a maior de todas sempre foi ele mesmo.
Um dia, esse guri decidiu que faria do seu jeito: como podia e com o que tinha. Foi crescendo, amadurecendo, se importando cada vez menos com o que estava ao redor, e passou a seguir o coração.
Usou o que tinha em mãos e tirou o máximo proveito disso. Exigente que só ele, mas com um propósito: a satisfação de criar o próprio destino, sem depender de ninguém e sem precisar fazer para alguém.
As poucas condições sempre o levaram a buscar o máximo de tudo. Nem sempre tinha o material certo para o produto certo — mas se tinha o branco, por que usar o preto? E assim foi seguindo, trilhando o próprio caminho…
Um caminho loooooongo, cheio de pedregulhos, buracos e barreiras.
Mas esse guri nunca quis apenas chegar ao destino final — quis aproveitar a viagem.
Porque, no fim das contas, é isso que realmente importa.